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Foi-se o tempo em que bastava saber o modelo de um processador e sua velocidade de clock para se ter uma noção do que se estava falando. Atualmente, entender as diferenças entre os diversos modelos disponíveis no mercado exige um esforço muito maior, sobretudo depois que a Intel adotou um estranho esquema de nomenclatura. 
 Afinal de contas, qual a diferença entre um processador Core i3, Core i5 e Core i7? E qual deles você deve comprar? 
Essas duas perguntas servirão de fio condutor da discussão que propomos neste artigo, cujo objetivo principal é desmistificar a série mais popular e confusa de processadores da Intel. Portanto, ajeite-se na cadeira e vamos entender essa nomenclatura estranha e saber, de uma vez por todas, qual processador você precisa. 

Os números de modelo 

Para começar, podemos dizer, de maneira bastante simplória, que um Intel Core i7 é melhor que um Core i5, que por sua vez é melhor que um Core i3. O problema de verdade reside nas nuances existentes em cada uma dessas séries. 
Esmiuçando um pouco mais as coisas, os Core i3 só possuem dois núcleos de processamento, portanto só podem ser dual-core. Já os Core i5 e Core i7 têm modelos tanto dual-core quanto quad-core, ou seja, com quatro núcleos de processamento. 
Além disso, é importante destacar que a Intel tem o costume de lançar "famílias" de chipsets, como a mais atual sexta geração denominada Skylake ou a antiga família Haswell de quinta geração. E cada família dessas tem uma linha específica de processadores Core i3, Core i5 e Core i7
E como saber a qual família um modelo pertence? Pelo primeiro dos quatro dígitos que indicam o nome do modelo. Por exemplo, um Core i3-5200 indica que o processador pertence à quinta geração e assim por diante. 
Finalmente, os demais números do modelo servem de indicativo de desempenho daquele processador em relação a outros da sua própria linha. Por exemplo, um Core i3-5350 é superior a um Core i3-5200, já que 350 é superior a 200. Dessa forma, é possível saber quão melhor (ou pior) é um modelo em relação aos demais da linha. 

As letras U, Q, H e K 

Há algum tempo a Intel introduziu uma combinação de letras que são colocadas ao fim da numeração de modelo dos seus processadores. São elas: U, Y, T, Q, H e K. São poucas as pessoas que sabem o que exatamente cada uma significa, mas aqui vai uma breve lista explanando o que raios isso quer dizer: 
  • U: Ultra Low Power. Especificação exclusiva para processadores de notebooks, indica que o componente consome menos energia que os demais e proporciona maior duração da bateria; 
  • Y: Low Power. Característica de processadores mais antigos que equipavam computadores e dispositivos móveis. Também indica baixo consumo de energia; 
  • T: Power Optimized. Indica alta eficiência energética para processadores desktop; 
  • Q: Quad-Core. Utilizado somente em modelos que possuem quatro núcleos físicos de processamento; 
  • H: High-Performance Graphics. Indicam chipsets com as melhores GPUs embutidas do mercado; 
  • K: Unlocked. Indica processadores passíveis de overclock. 
Compreender a nomenclatura dos processadores ajuda na hora de decidir qual modelo levar para casa
Compreender a nomenclatura dos processadores ajuda na hora de decidir qual modelo levar para casa (Imagem: Reprodução / Intel) 
Basta entender o sistema de numeração e letras empregado pela Intel para se ter uma noção de quais processadores atenderão melhor suas necessidades. Com isso, dispensa-se, também, a necessidade de ler o manual e especificações completas do chipset quando se está pesquisando preços. 
Antes de chegar às vias de fato e comprar seu novo processador, o ideal é ir mais afundo no tema e verificar detalhes neste site da Intel

Hyper-Threading e os núcleos virtuais 

Como pudemos ver, as siglas U e Q indicam tipos bastante específicos de processadores, sendo os primeiros específicos para notebooks e os últimos aqueles que possuem quatro núcleos físicos. Mas será que existe algum outro tipo além desses dois? Sim, há os que oferecem suporte a Hyper-Threading, uma tecnologia que cria núcleos virtuais de processamento. 
Apesar de mais básico, o Core i3 se sobressai no quesito Hyper-Threading em relação ao Core i5: o modelo básico possui suporte à tecnologia, o intermediário, não.
Apesar de mais básico, o Core i3 se sobressai no quesito Hyper-Threading em relação ao Core i5: o modelo básico possui suporte à tecnologia, o intermediário, não (Imagem: Reprodução / PC Mag) 
Basicamente, essa técnica faz com que um processador físico possa atuar como dois processadores virtuais. Dessa forma, ele pode se desdobrar para lidar com mais instruções simultaneamente sem ter de ativar o segundo núcleo, que, por sua vez, demandaria mais energia. 
Embora essa prática seja "ecofriendly", ela não é ideal para quem prioriza desempenho, já que núcleos físicos são mais rápidos que os virtuais, o que significa que um quad-core sempre terá uma performance superior a um dual-core com hyper-threading. 
Nesse quesito, todos os Core i3 e Core i7 suportam hyper-threading, o Core i5, não. 

Turbo Boost e mais velocidade de processamento 

Embora se diferencie dos Core i5 por suportar o hyper-threading, os Core i3 não contam com a tecnologia Turbo Boost, presente tanto nos Core i5 quanto nos Core i7.  
Trata-se de uma tecnologia proprietária da Intel que incrementa a velocidade de clock do processador automaticamente, de acordo com a demanda. Dessa forma, por exemplo, se você estiver um programa que exija bastante poder de processamento, o Turbo Boost será ativado para compensar essa demanda extra. 
Dessa forma, pode-se dizer que o Turbo Boost é um recurso bastante interessante para quem trabalha com edição de vídeos ou costuma jogar bastante no computador, já que dá um fôlego extra para o processador nos momentos de aperto. 

Tamanho do cache 

Além do Hyper-Threading e do Turbo Boost, outra característica que distingue os modelos da linha Core é o tamanho do cache. Explicando muito brevemente, o cache é uma espécie dememória RAM própria do processador, que a utiliza para agilizar suas operações. 
Essa comparação com a memória RAM não é a toa, pois o processador armazena no cache as operações que executa mais comumente. Portanto, quanto maior o cache de um processador, mais operações e instruções ele poderá armazenar simultaneamente e, por isso, mais rapidamente as executará. 
Os Core i3 geralmente contam com 3 MB de cache, enquanto os Core i5 têm entre 3 MB e 6 MB de cache. Já os Core i7 são os mais poderosos, contando com até 8 MB de cache. 

Gráficos HD, Iris e Iris Pro 

Já faz um bom tempo que a Intel começou a embutir, num único chip, processador e GPU. Mas, como você pode imaginar, ela tratou de tornar as coisas bem confusas aqui também. 
Atualmente, há três tipos específicos de GPUs que vêm integradas com a CPU: Intel HD, Intel Iris e Intel Iris Pro. Tal qual ocorre com os processadores, essas GPUs têm nomes de modelo como Intel HD 520 ou Intel Pro 580, o que torna tudo ainda mais confuso. 
Explorando um pouco mais o tema, percebemos que a coisa pode ficar ainda pior. Por exemplo: o Intel HD 520 é um modelo básico, já o Intel Iris 550 é melhor que o Intel HD 520, mas também básico. Já o Intel HD 530 é de alto desempenho e melhor que o Iris 550, mas pior que o Iris Pro 580. 
A melhor dica que podemos dar aqui é: observe se o processador possui a sigla H. Em caso positivo, fique tranquilo, pois ele conta com uma unidade de processamento gráfico de alto desempenho. 

Comparativo

Processador Núcleos físicos Tamanho do cache Hyper-Threading Turbo Boost Gráficos Preço 
Core i3 3 MB Sim Não Básicos Básicos 
Core i5 2 ou 4 De 3 MB a 6 MB Não Sim Intermediários Intermediários 
Core i7 2 ou 4 De 4 MB a 8 MB Sim Sim Top de linha Top de linha 
Resumidamente, e de maneira bastante genérica, podemos delinear o seguinte perfil de consumidor para cada tipo de processador: 
  • Core i3: recomendado para usuários básicos. Trata-se da opção mais econômica de todas, indicada para quem quer utilizar o computador para navegar na internet, editar textos, apresentações e planilhas no Office, realizar chamadas de vídeo. Gamers e profissionais devem desconsiderar essa opção. 
  • Core i5: recomendado para usuários intermediários. É a opção que melhor balanceia custo e benefícios. Os modelos HQ e Q com uma GPU dedicada são indicados para os gamers. 
  • Core i7: Opção top de linha, indicada para profissionais. A melhor linha disponibilizada pela Intel na atualidade. 

Como fazer a escolha certa? 

É evidente que falamos apenas de algumas características básicas dos processadores da Intel, de maneira que você, que está montando um novo computador ou quer apenas atualizar sua CPU, tenha o mínimo de conhecimento e evite ciladas na hora de adquirir um componente tão caro como esse. Além disso, nosso objetivo foi esclarecer a confusão de nomenclatura que existe atualmente nos modelos Core i3, Core i5 e Core i7 para que todos possam compreender, ao menos minimamente, como tudo funciona. 
Certamente, mesmo assim você ainda se encontrará dividido entre duas opções: uma delas mais básica da geração atual, e outra mais avançada da geração anterior e que custam o mesmo preço. Nesse caso, vale visitar o site da Intel para comparar as tabelas desses modelos, de maneira a se certificar qual opção melhor atende suas necessidades. Busque por análises em sites especializados em hardware e vídeos no YouTube, que ajudam bastante na hora de fazer a escolha certa. 
E você? Tem alguma dica ou conselho para quem está procurando por um novo processador? Deixe sua opinião na caixa de comentários aqui embaixo, participe! 

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